DongHae a olhou em duvida, tentava ter certeza de que sua mente não o estava enganando, e que ela realmente havia dito o que ele ouviu. Percebendo confusão no rosto do rapaz a advogada confirmou com a cabeça. Ele piscou. A compreensão finalmente brilhando em seus olhos. Respirou fundo e usou uma das mãos para afastar os cabelos da garota. Posicionou-se mais próximo encarando-a intensivamente. Seus olhos talvez denunciassem a euforia e demais sentimentos que se passavam em seu interior, mas ele não quebrou o contato visual imediatamente, era como se precisasse daquilo.
Em um momento estava tudo normal, e no outro parecia que alguém havia apertado o botão ‘Slow Down’ para que a cena perdurasse ainda mais. Priscila sentiu a aproximação de DongHae afetar seus batimentos cardíacos e dificultar a entrada de ar nos seus pulmões, sua respiração tornou-se pesada conforme o hálito quente acariciava lhe a pele. O olhar que ele manteve até desviar seu foco para o pescoço mexeu com suas bases de uma forma inexplicável.
Os lábios do bailarino tocaram primeiramente a parte imediatamente abaixo ao lóbulo dela. Ele pode sentir a advogada prender a respiração, ficou inseguro quanto ao que fazer, mas manteve o selo no local, para só depois começar a distribuir beijos acompanhando ora a curva do pescoço, ora seguindo rumo ao maxilar. A essa altura Pryh estava de olhos fechados, não segurava a respiração, mas também não respirava direito. Arrepios gelados percorriam seu corpo e sua mente foi tomada por uma nevoa densa, sua cabeça parecia girar um pouco, e apesar de tudo era uma sensação deliciosa.
Involuntariamente ela levou uma das mãos a camiseta de DongHae, apertou o tecido e puxou. O corpo dos dois ficou ainda mais próximo, os braços se roçavam e por um momento ela desejou que ele não parasse. Um suspiro escapou de seus lábios quando ele deu uma leve mordida na área próxima ao seu ombro que estava meio descoberto, fazendo-a cravar mais as mãos no peito do garoto. Isso pareceu provoca-lo, sua mão livre apertou de leve a cintura dela, como se quisesse informar que estava no comando.
 Tudo parecia estar completamente perdido, eles já nem se lembravam do motivo de terem começado aquilo, e nem importava. A voz de KyuHyun soou em seus ouvidos, trazendo-os de volta a realidade como uma agulha pressionada contra um balão. Ironicamente o maknae foi quem estava se sentindo mais desconfortável com a situação, talvez porque quando escreveu o castigo tivesse outros planos, os quais incluíam a mais nova das garotas.

~~~~*~~~~

Horas depois a casa se encontrava em total silêncio, todos já haviam se retirado para seus quartos, apesar de nenhum deles conseguir dormir imediatamente. Informações precisavam ser absorvidas, umas causando risos abafados, outras tirando completamente o sono de quem ás refletia. A festinha tinha cumprido o objetivo de quebrar o gelo entre eles, no entanto, mais coisas ruíram junto ao gelo, e as mudanças que isso causaria, era de muitas formas, inquietantes.
Eram quatro da manhã e DongHae ainda rolava de um lado para outro na cama. Tentou mudar de posição, cobriu-se, descobriu, enfiou a cabeça sob o travesseiro, mas nada adiantou. Desistindo de brigar com o sono que nunca aparecia ele levantou-se da cama, ainda estava um pouco zonzo, mas os poucos cochilos que ele havia tirado ajudaram a amenizar pelo menos parte do efeito da bebida. Abriu a porta, dando uma olhadela rápida para o quarto a sua frente, parecia silencioso.
Ele desceu as escadas e seguiu direto para a geladeira, nem notando a figura sentada no canto da mesa. Os pequenos olhos o observavam silenciosamente, uma parte não querendo ser vista mais a outra, e mais forte, não perderia a chance de assustá-lo. Sua distração enquanto vasculhava a geladeira era boa demais pra se desperdiçar.
– Perdeu o sono? – a voz propositalmente mais grave fez com que o garoto desse um pulo a quase um metro da geladeira, entrando em uma postura defensiva que só relaxou quando ele reconheceu a risada da advogada.
– Garota você me assustou! Tá querendo morrer, e se eu virasse pra trás e te atacasse? – ele falou um pouco irritado.
– Com esse pulo que deu? Duvido. – rebateu ela ainda rindo.
Tudo bem a cena com certeza havia sido cômica, e o breve berro não fora uma das reações mais corajosas. No entanto o bailarino não admitiria assim tão fácil. Pegando seu copo de suco ele se sentou numa cadeira do outro lado da mesa.
– Quer parar de rir, tá me deixando sem graça. – ele virou-se para ela com os olhos semicerrados, mas sem vestígios de raiva. – O que é isso? – perguntou apontando para um potinho que ela tinha nas mãos.
– Chantilly com Ovomaltine.
Ele a olha como se ela tivesse problemas. Aquela não era uma mistura tão comum, pelo menos não para se comer pura.
– É realmente tem razão de apelidarem você de formiguinha doceira, como pode comer tanto açúcar assim? – diz ele só para importuná-la.
– Pra sua informação isso aqui e muito bom okay? – a garota respondeu metralhando-o com o tom aparentemente bravo.
Ele olhou dela para o pote cheio de creme branco com alguns salpicados de marrom, e então pra ela outra vez. Levantou a mão para roubar um pouquinho com a ponta do indicador, mas antes que conseguisse a garota tirou o pote de seu alcance.
– Nem pense em botar o dedo aqui. – protesta ela.
– Você me fez ficar curioso pra saber se é bom. – ele reclamou tentando esticar o braço. – Larga de ser gulosa!
– Não sou gulosa, eu disse que não era pra por o dedo, e não que eu não ia te dar. – respondeu ela pegando uma porção com a colher e segurando próximo ao rosto dele. DongHae mais uma vez olha para o ‘doce’ e para ela, dessa vez com uma sobrancelha levantada, e então aceita o mimo.
– Não achei que fosse dizer isso, mas você tem razão. – responde depois de algum tempo sentindo o gosto, para logo depois se levantar da cadeira e ir se sentar ao lado dela só para roubar mais uma colherada.
A garota protesta e começa a brigar com o rapaz, que então devolve o pote pra ela, mas não sem antes sujá-la de Chantilly. É claro que isso fez com que ela devolvesse o favor e os dois ficassem nessa brincadeira por um tempo, quando se cansaram metade do doce havia sido devorada e a outra metade estava espalhada por seus rostos.
– Okay aspirante a Papai Noel ladrão de doce, melhor você ir limpar esse rosto.
– Olha quem tá falando, você está toda branca também. – replicou ele, pegando um pouco do creme que havia na bochecha dela e levando aos lábios, deixando a garota em um estado meio hipnótico e trazendo de volta os pensamentos que ela tivera com a boca do rapaz.
Enquanto tentava limpar o restante do creme espalhado DongHae foi se aproximando mecanicamente da garota, que mordia os lábios enquanto o encarava fixamente, aérea em seus devaneios. Priscila não tinha a mínima ideia da força que esse simples ato exercia sobre o outro, que em um impulso acabou deixando seus dedos fora da missão de limpar o creme, resolvendo sentir o sabor de seus lábios misturados ao doce.
Com a surpresa do toque ela não teve reação imediata, embora a milésimos de segundos atrás estivesse pensando exatamente em como seria o efeito que os lábios dele proporcionariam. E, para total deleite da mesma, era ainda melhor do que ela imaginara. O gosto de creme e chocolate ainda predominava, dando um pouco mais de sabor ao beijo, agora arduamente correspondido. Um segundo round de correntes elétricas percorria o corpo dos dois, se intensificando ainda mais quando o rapaz deitou seu corpo sobre o da garota. O sofá que ladeava a mesa não era tão espaçoso quanto o da sala de TV, mas isso so fazia com eles ficassem ainda mais próximos.
Agora que estava mais sóbrio e em um ambiente neutro o bailarino podia sentir o cheiro de Pryh invadi-lo, juntamente ao calor encandeceste que emanava dela, despertando desejos não tão ocultos em si. O vasto contado de sua pele na dela, separados apenas por um mínimo baby-doll e a bermuda que ele usava, só fazia aumentar o anseio de tela ainda mais perto.
Ela não estava tão diferente assim, mas algo dentro de si tinha consciência de que levar aquilo até o fim tornaria as coisas estranhas, o problema é que afastá-lo teria o mesmo e efeito. Além disso, a última opção não era algo que ela estivesse totalmente a favor, principalmente quando seu corpo recebia de bom grado as caricias que as mãos ágeis do rapaz lhe proporcionavam. Enquanto ponderava sobre uma saída para essa armadilha o beijo foi tornando-se mais lento devido a necessidade de ar, até que se tornou apenas alguns selinhos.
– Não devíamos fazer isso. – a advogada deu voz a seus pensamentos, mas não se soltou do rapaz.
DongHae a observava, a respiração ainda entrecortada, lhe daria tempo para formular algum argumento. No entanto, as palavras da garota e suas ações deixaram-no sem saber o que concluir. Aquilo não era nem uma rejeição, nem um sinal verde. Naquele momento a duvida não lhe pareceu tão ruim, mas seus sentidos não estavam totalmente plenos, com isso ele apenas assentiu, voltando a se sentar, trazendo-a consigo.
Priscila sorriu de lado, aliviada por não ter tido uma reação negativa. Depositou um beijo rápido nos lábios ainda avermelhados do rapaz e depois seguiu para o próprio quarto. Pouco depois ele seguiu para sua cama ainda processando os acontecimentos, ao menos dessa vez não demorou muito a dormir.

~~~~*~~~~

Para aqueles que se iludiram com um possível final para as brigas da casa depois da festa, o decorrer das semanas seguintes tratou de lhes provar o quanto estavam enganados. A comunicação ficou melhor, mas ainda assim é preciso um bom tempo para se desapegar de velhos hábitos.
– Quem foi o filho de uma cadela que bebeu todo o leite e guardou a caixa na geladeira? – Jennifer xingava enquanto procurava pela despensa uma caixa de leite de soja, percebendo minutos depois que elas haviam acabado.
Enquanto isso a advogada tentava encontrar um caixinha de bombons suíços que ganhara de uma colega que visitara o país e lhe trouxe o mimo. Priscila sempre deixava esse tipo de coisas numa parte pouco usada do armário, pois se levasse para o quarto provavelmente os atacaria no meio da noite, fato que ela tentava evitar. Antes que voltasse a sua procura LeeTeuk desceu as escada espirrando a cada cinco segundos.
– Pryh o que vocês usaram para limpar o andar de cima? Eu... – ele espirrou mais algumas vezes. – Acho que tenho alergia ao cheiro.
– Um limpador multiuso com essência de lavanda...
– Teuk larga de ser fresco! – Jennifer saia da dispensa ainda brava. – A Pryh tem renite e não está morrendo...
– Você... Acha que eu ia conseguir... Fingir tantos espirros?
A garota revirou os olhos, enquanto a advogada tentava achar um modo de ajudar o mais velho. Aishi apareceu correndo, passou pela cozinha, gritou que tinha que ir trabalhar mais cedo e desapareceu pela porta.
– ISIS VOLTA AQUI! – Kyu desceu as escadas correndo atrás da menor. – Você vai ter que conseguir o 350Z de volta!
– Não vai me dizer que o Kyu pegou a mania da Unnie e também tá viciado em carro? – Jennifer levou um tapa no braço da mais velha.
– Isis! – Kyu ia passar correndo seguindo o mesmo caminho da outra, mais foi agarrado pela camisa.
– Quer explicar o que foi agora?
– Need for Speed: Carbon. Eu deixei salvo o jogo e sai um pouco quando voltei meu Nissan  350Z tinha sido preso pela policia. Porra eu custei pagar aquele carro. Pra onde a Isis foi? Ela vai ter que consegui-lo de volta, é caso de vida ou morte.
 O maknae reclamava quase arrancando os próprios cabelos, Priscila o olhava com cara de quem estava cogitando um safanão para fazê-lo ‘virar gente’, LeeTeuk balançava a cabeça e Jennifer ria.

~~~~*~~~~

– PRYYYYYYHHHHH! – Jennifer gritava da lavanderia da casa. – Quando eu souber quem foi o infeliz eu vou matar! PRYH!
– Tá morrendo garota? – DongHae apareceu.
– De quem é isso?  – a garota estava segurando um moletom laranja.
– Meu, por quê?
 A resposta que o bailarino obteve foi Jennifer tentando acertá-lo com o casaco. Nesse momento Priscila apareceu, sem entender o motivo do bate boca. Perguntou o que havia acontecido mais os dois começaram a falar ao mesmo tempo não dando chance de entender o que estava se passando.
– DA PRA FALAR UM DE CADA VEZ?
– Esse idiota misturou roupa que descora no meio das normais e manchou um tanto de coisa, olha na maquina. – ela apontou para a lava roupas. – E advinha.,, Certo tailleur branco que alguém ganhou no natal passado estava junto.
– O QUE?
Assim que viu sua roupa os lábios da mais velha se transformaram numa linha reta. Ela não queria dar um escândalo, mas havia ficado chateada com o ocorrido. Pegou as duas peças e subiu para o quarto sem dizer nada.
– Você fez burrada. – Jenny sentenciou o que já estava obvio para o rapaz que já se afligia por dentro.
O restante da semana foi igualmente desastroso, além de mais algumas brigas por coisas fora do lugar, controle da TV, e quem devia ficar com a louça do jantar, compras no supermercado, os garotos ainda conseguiram manchar de vinho o tapete da biblioteca. Nem é necessário comentar que as garotas ficaram furiosas com isso. Mas nem só elas tiveram de aturar erros do sexo oposto.
Se aguentar uma mulher de TPM é difícil, os homens da casa estavam completamente ferrados, pois, na semana consequente as três pareceram sincronizar esse não tão fácil período do mês. Jennifer estava mais emotiva, o que era bom e ruim, já que ela estava superficialmente mais calma, no entanto não era preciso muito para expressá-la. Isis estava alternando entre o bom humor, que se resumia a trollar todos, e, momentos carente em que se deixava ficar amuada num canto. E a advogada, bem essa pareceu juntar todo o mau humor da casa em si, combinando a lagrimas. Os garotos estavam em um campo minado, não sabendo como agir com cada uma, mas nem ligaram o humor ao ‘distúrbio’, o que só dificultava as coisas. Já que qualquer passo em falso poderia desdobrar-se de diversas maneiras que eles não poderiam nem imaginar.
– Que estranho, a Pryh está demorando não acha? – perguntou DongHae, na segunda seguinte, parado ao lado de fora da companhia. Seu questionamento não teve resposta alguma de Jennifer, que havia decidido se ‘reservar ao direito de não se irritar com idiotas’. – Será que aconteceu algo? – ele pensou alto, segundos depois ouviu a garota ao seu lado fungar.
Quando olhou para a bailarina ela estava aflita brigando com a bolsa, Hae teve de se segurar para não rir. Antes que ele cedesse a vontade de fazer algum comentário o carro prata conduzido pela advogada apareceu na esquina e parou ruidosamente ao lado dos dois. Jennifer mais que depressa voou para dentro do veiculo agarrando a amiga.
– Vagadia você demorou! Esse outro me fez começar a pensar que poderia ter acontecido alguma coisa. – a voz da mais nova era algo entre acusação e choro.
– Tive alguns problemas no tribunal, mas agora já estou aqui. – respondeu revirando os olhos, e em seguida se virou para DongHae. – Será que da pra andar um pouco mais rápido, tenho pouco tempo de almoço! – Mas que depressa ele acomodou-se em seu lugar e advogada colocou o carro em movimento, dirigindo mais depressa que o costume.
–– O que houve no tribunal? – foi a pergunta que Aishi fez enquanto elas lavavam as louças do almoço.
– Juiz substituto, desacato, condução, e mil dólares arrancados do meu bolso. – respondeu a advogada de mau humor.
– Como assim? – Jenny perguntou.
– O juiz titular teve um problema e não pode comparecer a audiência, então mandaram o juiz Mayer. Como um conservador filho de uma meretriz que esse é resolveu implicar com meus trajes dizendo que em seu tribunal homens deveriam usar terno e mulher saias, respeitando seus gêneros. Então eu sugeri com a maior educação possível que ele tirasse a peruca branca que usava, pois com ela ficava parecendo um francês de masculinidade duvidosa provindo de alguma pintura de retrato mofado.
Você fez o que? – ate os três rapazes que estavam um pouco alheios a conversa se assustaram a ação da pessoa que até então eles consideravam sensata.
– Eu sugeri que...
– Isso agente entendeu, mas você tem noção...
– Não começa com essa ladainha! Já escutei a mesma coisa mais cedo.
– Mas então o que aconteceu, a biba francesa, digo, o juiz te repreendeu? – perguntou Aishi.
– Ele me deu voz de prisão, mas o Cary estava por lá e conseguiu recorrer, porém tive de pagar mil. Se soubesse que ia ser só isso teria sido mais direta. – a advogada ficou pensativa imaginando quais teriam sido as melhores palavras.
Depois da ultima afirmação LeeTeuk e Kyu saíram da cozinha olhando para a garota como se ela fosse louca.
– Cary e suas magicas na procuradoria ainda me assustam, espera ai... O que ele estava fazendo lá? – quis saber Jenny.
– Parece que um dos ex-colegas dele queria uma ajuda com um dos processos, ele já ganhou um caso semelhante há pouco tempo então sabia o que fazer. E, como soube da minha audiência resolveu assistir.
– Agradeça ao amigo dele, tirando o dinheiro você saiu ilesa. – Isis comentou rindo enquanto imaginava a cena que a amiga descrevera antes.
– Não exatamente. Fiquei devendo um jantar pra ele no sábado como forma de retribuição pelo favor. Cara folgado!
– Pare de reclamar, há uns meses você adorava jantar com ele. – Jennifer alfinetou com um tom que sugeria duplo sentido só para ver a reação do bailarino que já deixava a cozinha com uma feição irritada.
Depois do beijo as coisas não ficaram exatamente estranhas, mas não podiam ser classificadas como normais. Não estavam ignorando um ao outro nem nada, mas era como se nada tivesse acontecido, e eles não tocaram no assunto depois do ocorrido. Talvez fosse isso que mais incomodasse DongHae.
– Mas então até quando ele fica? Ele está trabalhando em Boston não?  – perguntou mais baixo, esse não era um detalhe que ela compartilharia com Dong, que mesmo minimamente estava agindo de forma diferente com relação Priscila. Jenny só não sabia o motivo. Ainda.
– Na segunda, acho, assim que terminar o que tem de fazer aqui ele volta. A procuradoria de lá precisa dele.
– Tinha me esquecido que ele passou para o lado negro da força. – implicou Aishi.
– Lado Negro?
– É Jennifer! Geralmente advogados são inimigos de procuradores, esqueceu?
– Humm, confraternizar com um inimigo daquele tipo não me parece tão ruim. – comentou a outra olhando de forma sacana para a advogada e recebendo uma cotovelada nas costelas.
– Isso dói sabia!?
– É pra descontar as vezes que você bate na Aishi. Agora anda depressa que temos que ir trabalhar.

~~~~*~~~~

OLÀ GATAS LINDAS DO MEU CORAÇÂO! Sim estou animada hoje, e particularmente feliz com esse capítulo, e MUITOMAIS QUE FELIZ com o carinho e a quantidade de comentários que vocês deixaram no ultimo capitulo...[Lolli, blog, twitter etc.] Dels que amores<3 Bom o próximo capítulo ta escrito já, é sobre a semana de TPM que as garotas vão ter, ou seja, muito barraco a vista, e drama também. Anyway acho que daqui duas att posto ele, porque ai tenho tempo de revisar depois de deixar ele um tempo parado, e terminar o cap 10. Alguém a fim de que eu o post rápido? Então comentem... /dumal ..
Jenny e Aishi: O capitulo foi um pouco mais voltado por couple principal, mas era meio necessário, compenso vocês nos próximos ~~
 
P.S. A lista de músicas da OST foi atualizada [no lolli]e também adicionei o link do album de fotos, no inicio da fic, quem sabe alguém descobre alguma coisa dos próximos capítulos com isso...lalalala 



Músicas citadas no capítulo:
Vídeo Inspiração da aula de dança |



Convivência


Priscila batia os dedos no volante impaciente. Já passava do horário do jantar e ela estava preza no trânsito. Calculando mentalmente a velocidade com que os carros seguiam pela avenida ela ainda demoraria no mínimo meia hora para chegar ao seu prédio. Seu celular apitou, avisando que ela recebera uma mensagem. Seu dia realmente não podia ficar pior. Pensou ao ouvir as constantes buzinas de outros motoristas que também deviam estar loucos para chegar a suas casas. Depois de um mês desde que começara a trabalhar na Thêmis, ela começava a sentir sinais de estresse.  Sua quarta feira havia sido tomada por quatro casos. Os que ela cuidou pela manha correram até bem, mas o ultimo realmente a cansara.
Seu cliente, um acionista de uma construtora famosa nos Estados Unidos “resolveu” que a esposa estava o traindo e quis por fim ao casamento de sete anos. Como de praxe a cônjuge alegou que era o marido quem era infiel na relação, e só para variar um pouco os dois brigavam por quem ficaria com a maior parte dos bens. Depois de muita divagação conseguiram chegar a um acordo parcial, no entanto outra audiência foi marcada para resolverem os detalhes finais. Priscila desconfiava que o juiz também estivesse estressando com todas as interrupções e deu fim a audiência.
A advogada riu sozinha ao se lembrar da esposa quase saindo no tapa com o marido do lado de fora. No momento ela tinha de agir como uma profissional, mas agora podia se divertir um pouco. E também lembrar-se do próprio “trauma”. Um dos motivos para que a levava a fazer caretas quando alguns conhecidos de sua adolescência lhe perguntavam se ela já havia casado eram as gafes que ela costumava presenciar em tentativas de conciliação de bens pelos casais que estavam se divorciando. Como costuma dizer “casórios davam trabalho no inicio, e eram piores se tivesse um fim”.
Quando finalmente chegou e estacionou seu carro – em outra vaga porque a sua estava novamente ocupada pelo maldito Audi – já passavam das nove da noite. Ela estava faminta,  morrendo de sono e ainda mais furiosa. Tentava se acalmar um pouco para que não fosse metralhada de perguntas enquanto entrava no elevador, segundos antes da porta se fechar o alarme do carro mais odiado do prédio – pelo menos por ela – foi acionado e ela pode ver um rapaz se dirigindo à porta do motorista.
Apertou freneticamente o botão que reabria a porta do elevador, mas ele não funcionou, A porta se abriu no andar superior e ela saiu do elevador pegando as escadas – já que agora o elevador subiria ao seu andar para depois voltar. No entanto quanto chegou novamente ao estacionamento Audi já passava pela rampa de saída. Resignada e bufando ela voltou a esperar pelo elevador rumo ao seu andar.
Abriu a porta com um estrondo maior do que o necessário. Sua coordenação motora sempre resolvia dar um passeio quando ela estava estressada. Com o barulho as garotas que estavam na sala comendo pizza se assustaram.
– Pryh eu juro que nós tentamos te esperar, mas já estávamos morrendo de fome. – falou Bell pensando que a raiva da garota era direcionada a eles, o que fez com que todos, inclusive Priscila rissem.
– Vocês não precisam se preocupar contando que tenham guardado pelo menos quatro pedaços para mim. – falou ela com o humor um pouquinho melhor.
– Na verdade o Henry escondeu uma pizza inteira na cozinha. – dedurou Ryo.
– Foi por questão de sobrevivência. – o único homem da casa se pronunciou rapidamente.
– Tá me chamando de comilona é? – ralhou a advogada, mas antes que Henry respondesse ela já havia deixado a bolsa em cima do aparador e se dirigia a cozinha. – Onde você guardou?
– Dentro do forno. – respondeu ele, e depois de olhar para as duas caixas vazias em cima da mesa de centro emendou em um grito – E eu vou querer mais um pedaço de comissão!
Sua única resposta foi à risada alta da advogada e três tapas na cabeça do resto das garotas. Menos de cinco minutos depois Pryh voltou para a sala com outra pizza, ketchup e Coca-Cola. Agora sim seu humor melhoraria. Pelo menos foi assim até que ela informar que ia dormir e se gabar de que teria o dia seguinte praticamente de folga e Luana a lembrar de algo desagradável.
– Não esquece que amanhã é sua primeira aula com o DongHae. Dez e meia da manhã. E dessa vez não vai poder me enrolar.
A fotógrafa gritou quando Pryh estava prestes a abrir a porta do próprio quarto. Ela parou com a mão na maçaneta. Havia apagado aquele “compromisso” de sua mente. Mas não havia como fugir. Depois de um suspiro de desgosto ela apenas murmurou um “não vou me esquecer” e bateu a porta.

-X-

Quando a advogada abriu os olhos não pode evitar um gemido, pela janela pode ver o céu cinzento e chuvoso. Ela adoraria ficar até depois das dez na cama, no entanto graças a sua ideia idiota com a aposta e a insistência de Luana ela teria que deixar seu edredom quentinho e a maciez de seus dois travesseiros e almofadas com os quais ela dormia abraçada. Já estava quase voltando a dormir quando as batidas altas de ‘Ignorance – Paramore’ ecoaram pelo quarto. Ela sentou-se assustada, por pouco não virou para o lado errado e caiu. Seus olhos procuraram a origem do som até que localizou o próprio celular em cima da escrivaninha. Aos tropeços, por causa do sono,  levantou-se para parar com todo aquele barulho.
Mentalmente se perguntou se havia mudado a campainha do aparelho, mas não se lembrava de ter feito isso, e muito menos de tê-lo deixado tão longe da cama. Ao pegá-lo percebeu que não se tratava de uma chamada e sim de um lembrete.

“Boom dia sunshine! Sei que você não ia acordar, principalmente porque está chovendo, então achei melhor colocar uma música animada para que você possa começar o dia *alegre* e ter tempo de se arrumar para a aula.
P.S. NEM PENSE EM FALTAR! XX Ryo”

Priscila revirou os olhos com o recado. Como sabia que todos já haviam saído para trabalhar mandou uma mensagem para a amiga agradecendo-a por um quase enfarte. Poucos segundos depois o aparelho vibrou com a resposta:

“Na próxima vez eu procuro por algo mais calmo, ou te aviso.
Assim você não tem desculpa para não ir à aula por estar infartada! Divirta-se!”

Depois de olhar tristemente para a própria cama seguiu um pouco emburrada para o banheiro. Tomou um banho demorado, aproveitando para experimentar dois sais de banho que havia comprado recentemente. Vinte minutos depois quando saiu da banheira, se secou e enrolou uma toalha no corpo seguindo para o closet a procura de uma roupa adequada para a aula. Sem nem mesmo perceber ela estava nervosa com o que vestir, havia colocado uma legging com a qual costumava correr e uma camiseta, quando se olhou no espelho não gostou muito. Tirou a roupa e jogou sobre uma poltrona, e pegou um conjunto composto por uma calça preta e uma blusa no mesmo tom mas com detalhes em rosa cujas mangas iam até a metade do antebraço. Parou de frente o espelho e fez cara de desgosto, estava parecendo uma ‘tia’ com aquela roupa.
Quando estava tirando a calça do conjunto uma voz no fundo de sua mente a questiono o motivo de estar tão preocupada com sua aparência. Já que até onde ela sabia estava com “birra” do professor. Mandando sua consciência calar a boca e argumentando que não podia aparecer no clube sem estar apresentado como respeito às pessoas que o frequentavam ela voltou a procurar uma roupa que lhe agradasse. Por fim acabou decidindo-se por uma calça cinza com bolsos laterais e no bumbum e uma blusa preta de listras horizontais brancas.
Dessa vez quando se olhou no espelho não ficou totalmente insatisfeita, mas ainda sentia que faltava algo. Amarrou o cabelo num rabo de cavalo baixo e colocou uma boina preta com letras branca espalhas. Sabia que teria que tirá-la quando fosse dançar, mas não queria desfazer-se do acessório. Depois escolheu um par de brincos de lacinho e um colar que ia ate pouco abaixo de seus seios, também com o tema laço. Estava quase pronta só faltava um tênis. Depois de ver suas opções ela acabou optando com um All Star preto.  Passou mais uma vez em frente ao espelho para conferir o resultado e finalmente aprovou o seu look. Para não sair com a “cara lavada” fez uma maquiagem bem leve, usando o mínimo de produtos possíveis, e deixando os olhos apenas com lápis e mascara, pegou uma colônia floral e jogou no ar passando pela “nuvem” logo em seguida. Assim ela não corria o risco de ficar com um odor ruim por exagerar na dose, mas também não ficava sem nenhum perfume.
Minutos depois enquanto preparava seu café agradeceu mentalmente Ryo por tê-la acordado cedo. Havia gastado mais tempo que de costume para se arrumar. Antes que aquela voz voltasse Pryh botou a culpa do atraso no fato de que enrolara no banho e que ainda estava com sono. No fundo ela sabia que não era esse o caso, mas ignorar era a saída mais rápida.

-X-

Ainda eram dez e cinco quando Pryh estacionou seu carro no estacionamento do Posiedon’s Club, estava adianta e não queria parecer ansiosa, embora os dois fossem verdade. Ela não sabia muito bem o que esperar da aula, mas ao menos de uma coisa tinha certeza, não queria dar a DongHae o gosto de tirá-la do eixo, pelo menos não visivelmente.
Caminhou rumo à sala de dança, mas no meio do caminho recebeu outra mensagem. Dessa vez de Anabell desejando que a aula fosse boa e que a amiga não matasse seu professor. Priscila riu, mandando um SMS de volta prometendo tentar. Depois de enviar a advogada deu uma olhada nas horas e decidiu que era melhor fazer uma pausa na cantina, conversando com JaeJoong .
Enquanto rumava para lá vagarosamente uma parte de si reclamava que não haveria problema nenhum em se alongar um pouco antes da aula. Antes que a advogada pudesse mandar essa vozinha calar a boca pode ouvi-la comemorar. DongHae estava sentado com Jae na mesa. – “Traíra!” – gritou em pensamento quando tentou passar de fininho e o amigo levantou a mão para chamar sua atenção, o que consequentemente fez DongHae olhar para traz.
– Bom dia senhorita adiantada. – brincou Jae enquanto ela se aproximava, ele estava se divertindo mais que o necessário com a expressão mortífera da menor. – Vejo que estamos com os ânimos alterados hoje.
Antes que Priscila respondesse JaeJoong a puxou para um abraço, sussurrando um “parece nervosa” em seu ouvido. A garota tratou de melhorar a expressão, mesmo não tendo certeza do tipo de nervosismo ao qual Jae se referiu ela tinha certeza de seu tom de voz sacana. Quando se livrou dos braços do rapaz ela finalmente olhou na direção de DongHae, que tomava seu suco despreocupadamente como se visse essa cena todos os dias. Sem nem mesmo perceber Pryh se irritou com isso.
– Olá – disse com um sorriso educado e se levantou logo em seguida. – Tenho que ir andando, então até mais.
– A Ryo e você vão me pagar! – Ameaçou ela assim que DongHae estava distante.
Jae gargalhou enquanto passava um suco para a amiga. Sua feição endureceu um pouco ao lembrar-se que Luana vinha evitando-o nos últimos tempos. Priscila o observava de olhos serrados, já imaginava no que JaeJoong estava pensando. Havia notado o comportamento estranho da amiga, o porquê a garota estava agindo assim ela não tinha certeza... Ainda. Mas aquela era uma ótima chance para descobri.
– Hey Jae, quando vai marcar o jantar? – perguntou como se não queria nada.
– Acho que só depois de você cumprir sua parte. – falou ele olhando para qualquer lugar menos os olhos de Priscila. Não queria que ela notasse seu ressentimento. Embora estivesse claro que ele falhava.
– Humm... E... – ela começou falar mais o rapaz levantou-se.
– Pryh acho melhor você ir para sua aula, tenho que chegar antes das minhas aulas então vou andando. – Ele deu um beijo na testa da garota. – Divirta-se... – falou ele no mesmo tom sacana de antes.

-X-

Priscila estava entrando na sala quando teve a segunda surpresa desagradável do dia, DongHae conversava animadamente – até demais – com a garota que estava com ele na cafeteria. Pelas roupas de ginastica que ela vestia parecia que também iria participar da aula. A advogada pensou em ir até a secretária e remarcar o horário alegando uma emergência de ultima hora, mas antes que desse mais um passou uma morena baixa, mas de presença inegável gritou seu nome. Chamando a atenção de todos para Pryh.
– Ai meu deus Leigh o que você está fazendo aqui, e NY? – perguntou a advogada enquanto era abraçada pela menor.
– Estou de férias e resolvi ver minha casa em San Fernando Valley, liguei para Luana e ela disse que você estava aqui, daí mexi uns pauzinhos e consegui me juntar a aula. – a garota se aproximou de Pryh colocando a mão na boca com um ar conspiratório. – Só que ela se esqueceu de informar que o professor é um gato.
Leighton Marissa pode parar já com isso, já tenho que aguentar a Ryo e a Bell, você também não. – ralhou ela.
Antes que a outra pudesse retrucar dizendo que conhecia aquele tom de voz DongHae chamou atenção dos presentes para começarem a aula. Priscila assumiu seu lugar, ao fundo da fila tripla de garotas. Leigh lançou lhe um olhar curioso enquanto se posicionava ao lado da advogada para alongar-se, mas a ultima a ignorou. DongHae mostrou os exercícios de aquecimento e passou a caminhar pela sala, corrigindo vez ou outra a postura das garotas. Thiarlley estava sendo a mais desajeitada com isso Dong se demorou ao seu lado e como o professor não perdia uma piada teve que zuar a mais nova, a garota foi tentar dar-lhe um tapa e acabou escorregando e se não fosse por DongHae ela teria se estabacando. A sala toda riu baixinho, com exceção de uma pessoa. Leigh que estava atenta à garota ao seu lado acabou rindo ainda mais.
– O que é tão engraçado? – Priscila perguntou baixinho. Mas antes que a outra pudesse responde DongHae estava atrás de si.
– Tente flexionar só um pouco mais. – falou ele posicionando as mãos nas costas da garota e empurrando seu troco para frente fazendo-a tocar as pontas dos pés. Priscila não conseguiu dizer nada, pois se surpreendeu com a aproximação do professor. – Viu assim. – ele sorriu e passou para a aluna da frente.
Leighton dessa vez não conseguiu conter a gargalhada, ganhando atenção de toda a sala e um olhar metralhador da amiga. Mas isso não a impediu de continuar com a feição divertida. Nunca tinha visto a advogada tão embaraçada pela simples presença de um cara. E com toda certeza ela iria saber o motivo. DongHae pigarreou tentando chamar a atenção das garotas e começou a ensinar alguns passos. A musica escolhida foi “Because of You” do Ne-Yo.
Por mais que odiasse admitir a advogada se divertiu bastante no decorrer da aula, pelo menos nos momentos em que não estava com vontade de estapear Thiarlley por monopolizar a atenção para sí. Leigh não parou de importuná-la e com isso o professor teve de pedir atenção algumas vezes. Enquanto ele executava a parte final do refrão a frente da sala Priscila lembrou-se da noite em que o vira pela primeira vez, da leveza que sentiu só de vê-lo dançar, agora isso se repetia, entretanto a sensação era ainda melhor.
Ela desviou os olhos dos movimentos do rapaz e fitou o reflexo do mesmo no espelho. Titubeou. Ele a observava, e sua expressão serena era perigosamente convidativa. Incapaz de desviar o olhar ela continuou tentando manter os passos, mas sem querer acabou esbarrando em uma loira que estava ao sua esquerda, caindo e levando a mulher junto. Assim que percebeu o que aconteceu a garota fez um pequeno escândalo, condenando a falta de atenção da advogada que tentava inutilmente se desculpar com a loira. Enquanto isso Leighton ria alto, as outras mulheres alternavam suas feições entre surpresa e cansaço. DongHae por outro lado estava nervoso com o tumulto.
– Senhoritas acalmem-se! – gritou ele chamando a atenção de todas. A garota loira lhe lançou um olhar de desprezo e saiu da sala batendo a porta. – Acho que é melhor terminar por aqui. Estão dispensadas. – concluiu um pouco frustrado.
Enquanto as outras garotas iam saindo, Thiarlley foi até o rapaz e começou a pedir que ele fizesse alguns passos que o professsor havia mostrado para ela antes da aula. Vencido pela insistencia da garota ele mostrou novamente e ela começou a imitalo quase perfeitamente entre algumas risadas.
– Eu conheço esse olhar. – Leighton provocou a amiga, estava com um sorriso malicioso nos lábios.
– Não conhece nada, okay? Melhor irmos embora. Tenho algumas horas antes de ir para a assistência judiciaria. – rebateu Pryh juntando suas coisas de qualquer maneira e tacando dentro da sacola.
– Então anda logo, aproveita que a aula terminou mais cedo e vamos almoçar naquele restaurante que eu adoro. – a outra mal deu tempo para que a advogada respondesse e já saiu puxando-a rumo ao vestiário, onde tomaram uma ducha rápida, trocaram de roupa e seguiram cada para seu próprio carro.
Henry chegou ao clube quinze minutos depois, foi procurar por JaeJoong a única pessoa conhecida no local, e, que certamente saberia onde a amiga estava. Com toda a ansiedade por não ter visto o carro de Priscila ele seguiu a passos largos até o local que a recepcionista disse que o professor estaria. Com a pressa acabou esbarrando numa garota que dobrava o corredor o qual ele virou. A bolsa dela caiu ao chão derrubando o conteúdo. O garoto mal esperou pela reação da menina e já foi se abaixando, juntando os objetos espalhados enquanto murmurava um pedido continuo de desculpas. Só após organizar tudo e se levantar com o braço estendido para devolver a bolsa para a dona ele percebeu que a mulher que o olhava com uma fisionomia divertida era a mesma que ele havia visto no outro dia.
– Hum, Thiarlley? – exclamou ele surpreso, a garota sorriu ao ver o outro se lembrava do seu nome, isso fez com que o rapaz se sentisse estranho, mas de um jeito agradável.
– Olá, Henry, certo? – falou e ele assentiu. – Veio procurar por sua amiga? – arriscou um palpite, o que fez com que ele se lembrasse do real motivo da visita ao clube.
– É... Eu vim... Mas não a vi. Pera aí, como você sabe? Por acaso a viu?
– Hum sim, ela estava com uma amiga na aula. – ela riu lembrando-se do quanto havia se divertido apenas observando os acontecimentos. – Mas, acho que ela já foi.
– Como assim? – replicou ele sem conseguir disfarçar sua frustração. Deveria ter comentando com ela sobre os planos do almoço. – Faz muito tempo?
– Mais ou menos, a ouvi conversando com uma garota, parecia amiga dela, acho que foram almoçar. – explicou ela, observando a fisionomia do garoto mudar aos poucos de frustrada para carrancuda – Algum problema?
– Talvez, eu fiz reservas num dos restaurantes que ela adora, mas como não havia a avisado acho que perdi tempo. – disse ele fazendo um bico, o qual Thiarlley achou muito fofo.
– Hum, que pena, vai ter que desmarcar então. Falando em restaurante eu preciso ir procurar um. Então até mais. – a garota se despediu e saiu andando.
Henry estava bravo com a amiga, e agora teria de esperar até a noite para conseguir saber como foi àquela maldita aula. Ele bufou e também seguiu rumo a siada. Foi ai que teve uma ideia e novamente saiu andando a passos apressados, dessa vez rumo ao estacionamento.
– Hey Thiarlley!  – gritou a garota que estava entrando no taxi. – Que tal ir almoçar comigo? – a pergunta saiu um tanto hesitante, ele sabia que não erar normal convidar uma desconhecida, mas ela estava mesmo procurando por um restaurante, então não devia haver mal algum nisso.
– Hum... – ela pensou alguns segundos e então balançou a cabeça afirmativamente – Pode ser. – respondeu finalmente e virou-se para o taxista dispensando a corrida.
Henry abriu um sorriso enorme e seguiu com a garota rumo ao próprio carro.

-X-

SiWon passou a manhã inteira observando o comportamento de HeeChul, o rapaz parecia determinado a tirar a fotógrafa nova do sério. Em principio até parecia uma situação normal, mas havia algo na formar como o rapaz escolhia as palavras ou a provocava que era um pouco diferente do padrão com que ele costumava agir ao irritar outras pessoas, como Kelle por exemplo. Nem sempre ele fazia de propósito, mas com a loira HeeChul parecia procurar os detalhes que mais a irritassem. Uma atitude um tanto interessante se levassem em consideração que geralmente ele não se dava muito trabalho para “causar.” Mas quando perguntando a ele o que estava acontecendo o mesmo apenas desconversava.
– Aqui está o que me pediu. – um baque surdo de papeis sendo jogados sobre a mesa de madeira, fez com que o moreno se assustasse, sobressaltando-se na cadeira. – Vê se melhora sua atenção, se continuar com a cabeça na lua como está o balanço vai sair todo errado.
Kelle, naturalmente deixou a sala não se dando ao trabalho de esperar uma resposta. Ela sempre agia dessa maneira, repelindo SiWon, que por sua vez ainda não entendia o que fizera para ganhar tal tratamento. Às vezes chegava a pensar que preferia que ela brigasse com ele, gritasse e criticasse seu trabalho como fazia com HeeChul, ao ter a versão ‘Dama de Gelo’. Se ele bem se lembrava a ultima conversa que eles tiveram ocorrera a mais de um mês, justamente quando ele lhe perguntara se era só com ele que ela agia daquele modo.
Mas, a verdade é que ela estava bem longe de ignorar totalmente a presença do rapaz. E para deixá-la ainda mais frustradas a produtora ainda vinha notando alguns aspectos da personalidade do rapaz que lhe eram inegavelmente agradáveis. Como o fato da total atenção que ele tinha para com suas tarefas, ou com as pessoas que estava conversando.  Ele também conseguia ser educado, mas sem perder o bom humor, fazendo uma brincadeira ou outra durante as reuniões.  Fazendo com que algumas vezes ela tivesse de se segurar muito para não dar o braço a torcer ou acabaria rindo. O que era pura birra. Mas, uma coisa ligada a SiWon a irritava, graças ao seu carisma não demorou muito para que a população feminina da companhia de teatro começasse a reparar no rapaz. Com isso ele era constantemente o foco de conversas pelos corredores. Algumas colegas de trabalho eram até mais atiradas, fazendo com que caixas de cupcakes ‘brotassem’ de uma hora para outra na mesa dele. Ou convites, educadamente recusados, para almoços. Essa ultima parte a intrigava, já que SiWon sempre recusava os convites com a desculpa de que já havia combinado de ir a um restaurante com HeeChul. Lele não conseguia acreditar que ele preferia um cara as “Marias Gravatas”.  Aquilo era no mínimo estranho, e, o irônico disso tudo é que mesmo sem saber o motivo ela aprovava essas recusas.
Lang man mei tian fen Fan ying gou chi dun... Bu gou qing sheng Hua tiao cuo yan se...Dan hen mao dun Xi huan ni de ben… -- Kelle estava guardando algumas coisas antes do almoço enquanto cantarolava a música que não queria sair de sua cabeça. Isso já estava irritante.
– Você conhece Feilunhai!? – SiWon perguntou fazendo com que a garota desse um pulo, já estava encostado na porta a um tempo observando-a.
Kelle se virou para ver quem era o idiota que havia assustado a e deu de cara com SiWon. – Nunca lhe disseram que é falta de educação assustar as pessoas!?
– Desculpa, eu só estranhei você cantando.
– Porque, é proibido agora? – seu humor com certeza não estava dos melhores.
SiWon bufou, passando a mão na nuca. A única coisa que pensou foi que agora e pelo menos ela estava falando com ele.
– Não, não é proibido. – respondeu ele calmo e continuou antes que ela voltasse a falar. – O que quis dizer foi que estranhei você cantando essa música especificamente.
A escolha de palavras a afetou um pouco, o final do trecho que ela estava cantando parecia de uma maneira muito sinistra lembrar os dois. “Os dois? Não existe nós dois aqui!” – ela fez uma careta para o pensamento. “Que raios eu tô pensando!?”
– Kelle?
– Eu conheço Feilunhai faz um tempo, e essa música não quer sair da minha cabeça hoje. Satisfeito? – Respondeu um pouco estressada.
– Para falar a verdade, muito. – disse com um sorriso pretencioso, virou as costas e saiu da sala.

-X-

Nota da Autora: A tradução da letra é: "Seu romantismo é ultrapassado e suas respostas são muito previsíveis. Sempre muito descuidado acaba escolhendo as flores que eu não gosto. Para mim é um pouco irônico, mas a verdade é que eu gosto desse seu jeito..."